segunda-feira, 2 de maio de 2011

As vítimas do péssimo humor‏

As vítimas agora do tipo “humor horror” são os autistas. Comédia MTV é um programa de qualidade excelente, não precisa fazer paródias ofensivas sobre pessoas portadoras de necessidades especiais ou outros casos que requer nosso apoio e carinho. O programa exibiu de forma equivocada um quadro, onde a paródia sobre o antigo intolerável reality show, “Casa dos Artistas” do SBT, recebeu o nome de “Casa dos Autistas”. Assuntos de paródias de péssimo gosto não são novos, e ao que tudo indica, estão longe de acabar e muitas seguem e outras ainda virão, sem que ninguém tome quaisquer providências contrárias. Existem limites à liberdade de expressão? Quais são ou deveriam ser esses limites? Por exemplo, gays, negros, nordestinos, nortistas, paralíticos, asiáticos, portugueses, enfermeiras, anões, torcedores de clubes de futebol e outros são ridicularizados todos os dias, e que também deveria ser denunciados. Afinal, qualquer tipo de humor que segrega deve ser considerado crime? O humor deve ser algo saudável, como era nos tempos do pastelão, sem precisar humilhar minorias ou segmentos. Quando alguém se sente ofendido não é humor, é “esparro”. Lembro de programas tradicionais da TV aberta atualmente, onde ninguém reclama contra as piadas discriminatórias, ou aquelas que limitam as mulheres aos seus peitos e às suas bundas. Ou seja, pura hipocrisia. O Marcelo Adnet é um grande talento, nessa nova geração de humoristas, portanto, não merece este duro golpe da direção do comédia MTV. Devemos ser favoráveis, que as entidades que cuidam dos autistas não ganhem somente pedido de desculpas, exijam também, reparações por danos morais e materiais, mas que tudo isso seja repassado de fato para os autistas. Eu também sou tio de uma criança portadora de várias necessidades especiais, que sobreviveu somente até os 11 anos de idade, faleceu sem ajuda de qualquer governante, que faz paródia diária contra quem precisa da saúde pública e outros meios de sobrevivência. Devemos ser contrários as paródias do tipo “humor horror”, mas que ninguém se aproveite disso para supostas campanhas eleitoreiras. Devemos lembrar também, que os autistas não devem continuar sendo assistidos somente por entidades que os representam, precisam ter apoios do governo, cego diante de tantas síndromes, anomalias e deficiências. Só esperamos que alguns políticos, parentes de pessoas portadoras de necessidades especiais e outros interessados na polêmica em torno da crítica contra a MTV, não queiram somente aparecer para grande mídia. Se for para lutar contra quem debocha da gravidade de algumas necessidades, se for para lutar contra quem faz pouco caso da saúde neste país, então que comecemos pelo sistema de governo retrógrado, capenga e parodiano, que não faz a sua parte e continua anômalo e com a mesma síndrome da insensibilidade e irresponsabilidade.

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