quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fomentos do mundo moderno

Na sociedade hoje, mais moderna do que nunca, também tem guerras,  ditaduras, torturas e todos os tipos de massacres. Tem guerras de poderosos fascistas que querem se perpetuar no poder. Guerras de criminosos que desafiam as leis. Guerras de cultura inútil vendendo produtos de quinta categoria. Guerras de jogo de empurra das instituições para não resolverem os problemas sociais. Guerras de partidários políticos para medirem quais os mais inimigos do povo. Guerras dos abusos nos preços de produtos básicos. Guerras de mercantilismo formal, informal e individualista. Guerras de instituições religiosas que se formam em razões de dízimos ofertados por seus fiéis. Além dessas e outras guerras, infelizmente as com armas de fogo, responsáveis por matarem diariamente milhares de pessoas, culpadas e inocentes. Tem ditaduras de quem se prevalece da força da lei usando uma simples farda, ou de quem usa um simples capuz para esconder a face do terror. Ditaduras de quem pré-julga/julga/condena de olhos fechados sem obtenção de provas concretas, ou absorve baseado na força da grana e influência política. Ditaduras de quem tem cargos públicos e irresponsavelmente priva em proveito próprio o que pertence à nação. Tem torturas que cobram o silêncio de quem é testemunha de crimes. Torturas de quem necessitam alimentar os filhos, netos, gerações da pátria e não tem um “vintém furado.” Torturas de quem se mata, fraco por não ter mais esperança de que algo possa mudar para melhor. Torturas de quem se suicida para fugir da luta, com medo de encarar a realidade da vida. Tem massacres de crianças doentes e sem berços. Massacres de diretos constituídos. Massacres da fé, esta a única que poderia e pode salvar vidas, mostrar uma luz no fim do túnel e remover a desgraça manchada na paz espiritual. Massacres de todo o tipo de vida no planeta terra. Guerras ditaduras, torturas e massacres que nos obrigam, muitas vezes, a ficarmos calados como se fossemos seres inanimados; pedras e objetos sem sentimentos.  

Excetuáveis regras

O corpo humano se divide em cabeça, tronco, membro e gora bolso, com certeza a parte mais sensível, para alguns, mais do que a própria vida. A arrogância em desrespeitar regras vai muito além da ignorância; ninguém quer ter prejuízos com nada, mas também não quer respeitar o estabelecido, quando este não é rigoroso, no sentido de punir a quem desobedece. Temos exemplos claros de pessoas alheias às regras estabelecidas, que sejam para o bem comum, quer seja no trânsito, quer seja no local de trabalho ou em moradias coletivas tais como; condomínios, repúblicas, alojamentos e outros. As regras, que são coleções de elementos normativos para as formalidades prescritivas e proibitivas, que exibem os principais requisitos quanto à atitude do indivíduo em uma sociedade. Metodologicamente falando, um conjunto de coordenadas de funcionamento de um determinado sistema para fins de organização, significa também, formas que possam fazer manter a ordem do mesmo. E quando as instituições criadoras de regras dão maus exemplos? Neste caso, fica difícil controlar quem já nasce com extinto de desobediência. Pensemos que tudo viraria de pernas pro ar, numa cidade controlada apenas por bom senso, sem qualquer lei. Quem sabe, um dia ainda inventarão ser humano com mais capacidade do que gente. Quem não respeita regras e leis, dificulta na melhoria tanto espiritual quanto material, mas claro, desde que estas sejam claramente legítimas e compreensivelmente justificáveis ao que se propõem. Não devemos confundir regras com ditadura, mas em se tratando de Brasil, seria interessante se estas não fossem tão excetuáveis na maioria dos casos, quando relacionadas a crimes comuns e improbidades.

sábado, 25 de setembro de 2010

Fenômenos de voto

Depois não digam que eu não avisei... Esta reticente frase só é válida para quem ainda tem consciência política na hora de votar. Parece filme repetido, mas, mais uma vez estamos prestes a eleger outros fenômenos de votos, que por tabela ajudarão a eleger gente que mal conhecemos, que mal teve o mérito do eleitor devido a sua medíocre votação, que como muitos outros, conseqüentemente não farão absolutamente nada. Isso, devido também, ao atual modelo eleitoral. Trata-se do voto de protesto, respeitosamente democrático, mas que pode em determinados casos, trazer conseqüências graves para toda a população. Não vote emocionado em quem pede em nome de Deus, e usa isso como trampolim para enriquecer de forma obscura da noite para o dia. Não vote em que quer se aparecer transvestido de bobo da corte, como se nós eleitores fossemos todos apenasmente palhaços boçais que não sabemos votar. Examine criteriosamente as responsabilidades, e vote com tranqüilidade. Examine criteriosamente a índole da pessoa que pede seu voto; amigos, família e convivência em sociedade organizada. Veja o que esta pessoa já fez de bom ou ruim e siga sua consciência. Não vote no quanto pior melhor, porque tanto para pior, quanto para melhor somos nós que criamos, e não os políticos. Coeficiente eleitoral. Alguém sabe o que é isso? Pois é, trata-se de um cálculo aplicado ao número de votos válidos para definir quais os candidatos ocuparão os cargos do legislativo. Segundo este coeficiente, os votos pertencem ao partido, e não ao candidato. Alguém entendeu? Se não, veja como corruptos notórios estão sempre ficando no poder, se quase sempre estão envolvidos em todos os tipos de sujeira. Se queremos um país sério, devemos ter seriedade na hora de votar. Se votar em coisa ruim não tem o direito de reclamar. Mas, se achar que o voto não muda nada, então fique em casa, justifique depois e pense no porque de tanto desemprego, tanta violência, tanta corrupção e tantos outros porquês negativos.

Imprórios impátrios

Por aqui, nesta Ilha de Santo Amaro, mais precisamente em Guarujá-SP, ainda consta a existência de seres que fazem do mandato popular, fazem da vida pública, impróprios impátrios da própria história da cidade. Constam também, cidadãos eleitores, que ainda sonham com uma vida melhor, cada um com sua própria expressão, sedentos por mudanças, nas suas inquietações, já quase desesperançosos. Eleitores vistos apenas como espetáculo circense de um teatro sem teto, todos à beira do desespero. Na contramão, rostos estranhos que comandam a cidade, como se esta fosse um imenso celeiro de migalhas. Seres que parecem desconhecer os reais problemas “mais” graves, fantasiados de melhorias, sendo que, quem passa para lá e para cá, no corre, corre do dia a dia, pelos quatro cantos de Ruas, Avenidas e Bairros, contrariam-se porque nada apreciam, pois nada acontecerá para que seja contemplado. Munícipes anônimos, filhos do lugar, transeuntes conhecidos, todos com expressões cansadas, com uma vontade de gritar bem alto: “Chega de mesmice, de enganação, de engodo, queremos mudanças já!” Que nos inspiram aos mais submersos processos de mentalizações, de que mais alguns anos de “retardo estrutural”, iremos todos, parar no fundo do poço. Enquanto a alma inquieta, quase calada dos eleitores que clamam por uma cidade menos violenta, com mais estrutura nos setores básicos sobrevivem na mudez das respostas, os seres impróprios impátrios, continuam incógnitos, e sequer fazem nada para que possamos sorrir novamente, que possamos correr de novo por nossas praias, sem tropeçar nos imensos lamaçais de lixos e detritos públicos. Não podemos nos esquecer, que também temos de nos livrar das inconseqüentes pragas; dengues e outras tudo por causa da má gestão do dinheiro público, destinado à saúde de todos os modos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Opções de vida‏

Se eu tivesse que escolher entre nascer de novo, ou nenhuma alternativa, gostaria de continuar não existindo, para não ter de começar tudo de novo, sabendo que de novo eu passaria pela terra feito cometa, e de novo pelo flagelo da morte. Antes disso, de novo assistiria a tantas guerras pelo poder, a tantos sofrimentos de alvos das guerras, a tantos pecados de quem quer abraçar o mundo, a tantos dilúvios que arrastam memórias, sem que nada possamos fazer para que milhões de vidas não desapareçam. A vida humana na terra é como um cometa. Imaginamos cada ano como se fosse cem, mas que estes cem na verdade são meros segundos vividos, e quando menos esperamos, nossas mãos estão trêmulas. Se eu tivesse que escolher entre ser gente, animal selvagem ou tantas alternativas optaria para uma árvore milenar, rodeado de pedras cravadas na terra, em algum lugar que o homem jamais pudesse chegar com tantos projetos de progresso de destruição. Só assim, eu sentiria a sensação do que é ter vida própria e saber o que é ser eternamente maravilhoso.

Serão crimes eleitorais?‏

A justiça eleitoral proíbe que candidatos a cargo público; apresentadores de programas de televisão, radialistas, atores e outros que trabalham com mídia, conhecidos do grande público, fiquem afastados de suas atividades até o término das eleições. Quem desrespeitar esta determinação da justiça, pode até ter o registro de candidatura cassada. E o que dizer de apresentadores não candidatos em plena atividade, que aparecem pedindo votos no horário eleitoral para seus fieis religiosos, seus filhos, netos, irmãos, sobrinhos, pais, mães, esposas, namorados e vice versa? Essa prática deveria ser também considerada como crime eleitoral. A compra de votos por meio de tráfico de influência, doação de bens materiais e outros meios escusos de atrair o eleitor são considerados crimes graves, como também deveriam considerar como tal, a prática de quem usa a mídia para promover seus indicados. Se um apresentador de programa de televisão aparece pedindo voto para quem quer que seja, no horário eleitoral, também deveria ter a programação interrompida até o término das eleições. Isso vale para todos os artistas que tem acesso a mídia todos os dias. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A função do outro

O Outro, no abeirante sugestigável antropológico se refere a uma construção de clãs iguais, processo pelo qual grupos constituem outros grupos de valores, representações, sentidos. O outro pode ser também considerado cumplicidade de tudo o que é feito, ou desfeito. Certo ditado diz que inverdade tem prazo de validade. Construir fantasiosamente um mundo mentiroso que não tem pernas, cabeças, e braços, vai muito além da mentira, pode ser que outro esteja envolvido. O que fazemos, dizemos, respondemos, ouvimos, pensamos, ou quase tudo enquanto pessoas, independentemente das coisas sagradas ou do destino que cada um escolhe, inconseqüente e conseqüentemente é em função dos outros. Tanto para o pior quanto para o melhor sempre existe o outro. No mundo infantil as crianças pequenas não mentem, mas algumas aprendem com elas mesmas desde então, que usar a inverdade pode adiar pequenas culpas, mas sempre em função dos outros. Vivemos em função dos outros em quase tudo, ou seja, em quase a totalidade das nossas vidas. Quando um ladrão vai roubar alguém, o faz em função dos outros, porque este outro tem algo que lhe chame a atenção, o que chamamos também de inveja ou simplesmente querer facilidade. Quando alguém compra algo que qualquer outro possa ter, mesmo que não sirva para nenhum propósito, faz influenciado pelo consumismo desenfreado, em função dos outros. O outro é a maior mídia porque tem o poder de persuasão. Portanto, o outro nunca quer fazer nada sozinho, tem que ter outro para testemunhar; acusar ou defender.

Estágio de morte para a vida

A imaculada concepção de novas vidas, com novos ideais, neste atual mundo velho, já um tanto quanto utópico, está cada dia mais raro. Os seres de bem, ainda sobreviventes desta nave planeta, já não suporta mais as argúrias. Em linhas gerais, o bem deveria ser não apenas o interesse individual, mas sim viável a todo um coletivo, para que o mal não continue sendo chaga na vida do homem. Seria de extrema necessidade, que neste atual mundo velho a sociedade como um todo não fosse subordinada aos interesses individuais, que se sobrepõe a vontade maioral, e que não pudéssemos também conviver com o “improgresso das almas”. Quando Deus vir a criar um novo mundo, com novas regras, com novas pessoas, deverá em toda a sua obra constar reciclagem humana. Não pensem que o novo mundo será nome dado por novos descobridores em naus, caravelas que habitam este planeta. Talvez comece do ponto zero, não deverá haver habitantes até que a palavra consciência plena seja refeita, tenha outro significado. Na reciclagem humana, as pessoas passarão por um estágio, que será conhecido como “estágio de morte”; quem não for considerado normal dentro das novas leis, não terá direito de voltar à vida, ficará confinado até que a loucura seja curada de vez. Os que nascerem com extinto assassino, jamais ficarão, retornarão para o lugar desconhecido. Todos terão por obrigação, submeterem-se ao “estágio de morte”, morrerão por alguns dias para purificarem-se dos pensamentos maldosos, das atitudes grotescas, dos individualismos. Os que cometeram pecados com ferro e fogo, que destrói famílias, jamais retornarão do estágio. No novo mundo não deverá existir, propinas, promessas, licitações, assédio moral, insensibilidade, mau-caratismo, medo, insegurança, sem teto, sem casa, descamisados, maracutaias, superfaturamento, impunidades e outros absurdos cometidos neste presente. Aí sim; tudo será exatamente como Deus quiser. Todo o enraizamento de fatos maléficos deverá ser expurgado para todo o sempre da face da terra.

domingo, 19 de setembro de 2010

Em defesa do meio ambiente

Não dá pra ficar contente, com outra gente inconseqüente, que não possui sangue nas veias, maltrata outra gente, e o meio ambiente. Outra gente delinqüente, que persiste de forma demente, destrói a beleza das cores, e afeta tudo o que for continente. Quer na força das armas, empunhadas por imprudente, que mata, fere indecentemente, nosso planeta, e outra gente. Não dá pra aceitar simplesmente, que destruam o meio ambiente, ainda habitado por gente, mas que também tem grileiro doente. Tem também madeireiro imponente, de dinheiro que o torna dependente, de sobra quebra o futuro, e tudo o que vier pela frente. Fomenta fome, miséria comovente, deixa o clima mais descontente, que se manifesta com fúria valente, que nos matam sem boca, sem dente. Não dá pra ser conivente, com outra gente que destrói outra gente, o homem é menor do que Deus, Deus protetor do meio ambiente. Não dá pra viver livremente, pensar que tudo é eternamente, principalmente não combater outra gente, que massacra o meio ambiente, que enfurecido faz tempestades, e sem querer atinge outra gente inocente.

Procura-se pilantras

Falam que pra alguém descer qualquer santo ajuda, e com uma forcinha dos inimigos loucos pra ver-te na sarjeta, você poderá chegar até o abismo sem volta. No tempo de vida que até aqui cheguei, muito pilantra encontrei, muita coisa eu construí, em muitas pedras derrapei, criei fartas amizades, dos inimigos desviei, me uni no matrimonio, que de amor me eternizei, tenho sorte com os filhos nossos, que no ventre da mãe me encantei. Posso ser também pilantra, mas por enquanto ainda não encontrei, alguém que afirmasse profundamente, por lugares que já andei, por sinal são incontáveis, cidades inteiras visitei. Só faltou o estrangeiro, que algum dia ainda irei. Como será um pilantra importado? Isso um dia, ainda saberei, possa ser que seja igual, conhecer eu nunca tentei, ter total convicção, isso eu ainda viverei. Falam que quanto mais você reclama da vida, mais desgraça você atrai pra si, e com uma forcinha dos inimigos o inferno lhe chega mais rápido. No tempo de vida que até cheguei, muito pilantra encontrei, não sei ainda quais os meus dias de vida, minha história ainda não contarei, ainda sou livro inacabado, muita coisa ainda escreverei, não negarei nenhum pilantra, que em minha lista já anotei, pode ser que eu esteja enganado, disso eu ainda não sei, mas só quem conhece o ser humano, alguém dirá que jamais errei. Portanto, se você é mais um pilantra que quer me conhecer, seja bem vindo, mas pelo menos venha disfarçado de pilantra amigo.

sábado, 18 de setembro de 2010

Precisa-se de heróis sociais


Precisa-se de heróis. Não os dos filmes hollywoodianos, qualquer filme em que os chamados mocinhos, exterminam seus inimigos com balas cinematográficas, o que com certeza, ensinam os atalhos para a real violência. Violência esta, que mesmo nas fantasiosas telas faz-nos vítimas, não somente pelas ações, como também pelo medo de pensar nela. Precisa-se de heróis que possam talvez, criar outra qualidade de mundo, que nem bala de borracha possa existir. Um mundo mais justo onde não haja tanta destruição do patrimônio vida. Precisa-se de heróis. Não uns certos doutores engravatados, que na ânsia do poder a qualquer custo, se esquecem do principal: O povo. Povo este que ano após ano, continua na espera de um milagre, de uma receita econômico-social em que a saúde não seja paliativa, em que a casa tenha teto, em que a educação tenha páginas, em que o emprego não seja somente o das palavras e que a infra-estrutura não seja ilustrativa para estrangeiro se deslumbrar. Precisamos sim de heróis, mas os que poderiam ajudar a projetar uma sociedade mais humana e igualitária.

Sem mídia, sem ibope


Mídia de todos os modos, talvez seja desdenhosamente, o que possamos alegar como algo sombrio que influencia política e culturalmente a sociedade tanto em nível nacional quanto regional, extremamente necessária, mas que deveria ser expansiva a todos, sem distinção de posição social. Exemplo de mídia burguesa é quando esta dá total espaço para alguém famoso, muito rico acostumado a andar de helicóptero, carro blindado com seguranças, devido a um simples reloginho caro, assaltado em algum semáforo. O pior de tudo é que gente da plebe aplaude como se esta também tivesse o mesmo espaço. Não que sejamos favoráveis a insegurança. Muita gente pobre "se emociona" com a morte de uma figura da socialite, mas para as pessoas que perdem seus parentes em desabamentos demonstra certa frieza. A mídia trata a morte dos pobres com uma grande frieza cotidiana e a morte dos ricos como o verdadeiro drama da sociedade brasileira. Todo o mundo conhece as frases: “Destaque de pobre em jornal, somente na página policial.” “Pobre só é lembrado com carinho, somente em horário eleitoral transmitido por rádio e televisão.” A mídia, assim como a cultura de um modo geral, é algo que somente os ricos podem desfrutar, tem livre acesso. O que resta é assistir apenas aos noticiários, novelas repetitivas e programas que desrespeitam a pobreza com piadas criminosas da TV aberta. É claro que, sem a mídia seríamos apenas "andróides descontrolados". Deixemos claro que isso não é nenhuma crítica contra os meios de comunicação. Tem até mídia que sobrevive em função do ibope da outra. Não esqueçamos que vida de artista dá mais ibope do que a tragédia do salário mínimo. É nessa hora que muita gente deixa de lado a tal de crise, o aumento de preços, os rolos políticos e outros absurdos. Mas mesmo diante das desigualdades política e cultural incuravelmente enraizada, a mídia é e sempre será o nosso mapa de idas e vindas, onde quer que estejamos.

domingo, 5 de setembro de 2010

A máfia do mercado informal‏

Está na moda o mercado informal, que toma conta de qualquer parte do mundo, onde os malandros mais poderosos sugam a nata e deixam somente a borra para os porcos, que também são aproveitadas por gente de todas as raças. Sem grandes alternativas, a não ser que façamos uma revolução, muitos seres dessa gente migram para informalidade, tentando mostrar que as desigualdades sociais existem de fato, e que, elas são responsáveis por várias atrocidades que ocorrem na sociedade como um todo. A informalidade não é crime, mas o problema é que na maioria dos casos, estas dão margem excessivamente a um mercado cada vez mais suspeito e concorrido, principalmente quando o assunto é tráfico de drogas. Descobrimos alguns meios de informalidades; um trabalhador de verdade com salário de fome, que diante do desespero vende sua cota de vale transporte mensal, para compor as despesas da casa. O lado negativo é que tem trabalhadores que não precisam disso, são os que ganham um bom salário e ainda tem direito ao benefício citado. Quando vamos ao estádio de futebol, lá estão os cambistas, quem sabe até coniventes com alguns clubes. Será? Quando estacionamos o carro, lá estão os guardadores, uns que pedem grana  pra comprarem comida, outros pra comprarem drogas ilícitas, bebidas. Mas tem gato nesse mercado, os chamados "donos do pedaço" que loteiam os  espaços e cobram propinas dos "bagrinhos invasores" ou expulsam de forma, às vezes violenta, caso estes não aceitem as regras. Tem gente que vende até fila na porta do INSS, para velhinho aposentado. Temos de tomar cuidado quando vamos ao banco, porque tem metido a esperto que não é funcionário, tentado vender atendimento para gravar nossa senha. Agora também, a chamada “saidinha de banco.” Tem prefeitura que só permite emitir licença para ambulante por intermédio de vereadores. Não pode pela via legal. Muitos ambulantes estão nas mãos de fiscais propineiros. As informalidades mais macabras ficam por conta de quem vende animais silvestres, árvores nativas, cadáveres, crânios, demais ossadas, caixões, peças de ouro extraídas das arcadas dentárias de alguns defuntos e por incrível que pareça, vendem crianças recém-nascidas e inocentes jovens para o mercado da prostituição. Tem informalidade para tudo e para todos os gostos; gente que vende benefícios oferecidos pelo governo, trabalhador que vende a cesta básica, que vende hora extra, muamba do Paraguai, vendedor de lorota, de ilusão, farsa, compradores e vendedores de voto em período eleitoral, de liberdade dentro de cadeias públicas, gente que invade terrenos para depois vender, que vende pontos na carteira de motorista e por aí vai...  Como o poder público pode coibir, punir, multar  e condenar, se os piores exemplos vêm de cima para baixo? Como reorganizar tudo se o estado de direito do povo civilizadamente honesto fica engavetado?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Apocalipses urbanas


Tem coisas que nem devemos querer saber, outras que nem queremos aprender, outras que nem queremos querer conhecer pra não ter de saber o que não fazer. Física com fundamentos, pra poder desfundamentar, dexatidar. Ciência com conhecimento, pra desrespeitar, desprevalecer. Geometria com conceituação, pra desteoremizar, desformalizar. Literatura com criação, pra desrimar, desentender. Geografia com fenômenos, pra desocupar, desapropriar. Biologia com seres vivos, pra desmatar, desobedecer. Matemática com conhecimento, pra desnumerar, desmultiplicar. História com testemunho, pra descontar, desmerecer. Português com língua falada, pra desortografar, despontuar. Língua com comunicação, pra desenrolar, desaprender, Informática com informação, pra desmegabetizar, descomputadorizar. Tem coisas que queremos dizer, outras que não queremos ouvir, outras que nem queremos querer discutir, pra dizer o que não se quer ouvir. A água vai se evaporar, a terra vai desabar. O mundo vai se acabar, o homem vai destruir ruas, vielas, vilas, cidades de pernas pro ar. Febres que se avizinham, a praga vai persistir, crianças não nascerão, outras que irão chorar. Crateras que se abrirão, tudo deixará de existir, culpa da irracionalidade, haveremos de racionalizar, sem tempo pra curar as feridas, haveremos de não existir. Tem fatos que nos calam mudos, fatos que pensamos como o olhar, a destruição da natureza, um fato que corta na garganta, razão pra querer salvar. Enquanto houver tempo, para poder querer ou não querer, sobreviver é preciso, ainda que possamos viver.
 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre a vida Zé Bitola (Epístola de um matuto)

"Nhô dotô" de colarinho branco: peço um pouco de sua atenção, por força da necessidade, me trouxeram pra cidade grande, pra fugir da miséria e da fome, "que inda" me corta o coração. Lembro de meu pai "inda" moço, minha "maizinha" era só ansiedade, e chamando filho por filho, entristeceu "inté" nosso gato, seu olhar se perdia no tempo; imaginando a tal nova cidade. "Nhô dotô" de colarinho branco, fico aperreado só de lembrar, nossa família de mala e cuia, misturada a outros retirantes, na carroçaria de um caminhão, que na estrada parecia voar. Chegando à cidade de pedra, “parecia que nóis era bicho", muita gente olhava "encafifada", "nóis era coisa do outro mundo”, "nóis era motivo de risadas", "parecia que nóis era lixo". "Nhô dotô" de colarinho branco: "vimo" gente andar que nem vento, de ma letinha, paletó e gravata, gente deitada em baixo de pontes, criança jogada sem pai nem mãe, que cortava "inté" pensamento. Mulheres quase nuas acenavam, seres despidos jogados ao relento, mundo insano de arranha-céus, de monstro de ferro corredor, tempo fechado, olhos ardentes, uma estranha obra do invento. "Nhô dotô" de colarinho branco: meu pai se foi e aprendi um ditado, pouco estudei, mas não me lamento, tenho Deus sempre que preciso, quem tem Deus não fica perdido, o único que ensina a ser honrado. Muita coisa "inda" quero aprender, dizer pros meus como foi duro chegar, se valorizar na própria existência, desprezar os males que nos pelejam, dizer sim para o bem que nos atina, não ser mais um pra "nóis lamentar". "Nhô dotô" de colarinho branco: "inté" pensei em desistir de lutar, mas batalhei feito burro de carga, eu só queria um futuro melhor, desafiei toda a selva de pedra, pra esta estória poder lhe contar. Hoje não é mais que nem a ntes, ser obrigado a deixar seu lugar, enfrentando os obstáculos da vida, sem poder nem pensar numa volta, assim mesmo "inda" tenho alegria, mesmo assim "inda" posso sonhar.