Talvez eu seja o mais ecumênico dos comunistas, sou também devoto da sagrada paciência, uma santidade que não atura falsos revolucionários, militantes de esquerda, partidários de promessas mirabolantes, sindicalistas monarcas, homens e mulheres que fazem discursos enfáticos, todos gabineteiros, que falam em nome do povo na intenção somente de arrumarem grandes brechas nas tetas do poder. A esquerda no Brasil não se contaminou só com o discurso teoricamente arrogante da direita, pôs em sua prática a sapiência da impunidade e da corrupção, a mesma praticada pelos inimigos da nação, nação esta que sobrevive da honestidade e é massacrada pelo sistema. Uma espécie de homogeneidade nas esferas políticas. Talvez eu possa ser igual, mas pelo menos assumo publicamente meus pensamentos, pois conheço de perto e de longe, centenas de práticas políticas. Quando os chamados segmentos populares no Brasil se envolvem em escândalos, ficamos cada vez mais sem defesa, visão oprimida no meio do tiroteio. Então pensamos; “esse país não tem mais jeito”.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
VIDA DE COBRA
Dê vida a uma cobra, cumpra com suas responsabilidades e alimente-a de acordo com suas necessidades, faça-a crescer forte e saudável. Só não se esqueça que, sendo cobra, ela certamente lhe agradecerá com uma simples picada mortal. Se isso acontecer, alguém muito próximo saberá lidar também com pessoas, que diferente da cobra, só a capacidade de pensar, de lançar um veneno mais coletivo. Se alguém lhe oferece ajuda, retribua com o mesmo gesto, não importa se a retribuição seja bem mais modesta. Para quem conhece pouco o reino peçonhento, ou se faz de desentendido, uma serpente tem atuação sutil; primeiro encara-nos, como se precisasse de algo, nós a subestimamos quando tentamos entendê-la, e num milésimo de segundo, somos traiçoeiramente abatidos. Qualquer semelhança com o reino dos humanos não é mera coincidência.
CHATO É MORRER
CHATO É MORRER - Esse negócio de morrer é muito chato, não dá nem tempo de resolver os problemas, logo ela chega e dá o resultado. Parece que demora, mas não, é tudo muito rápido. Quando imaginamos que conhecemos bem o viver, ela chega para dizer que estamos errados, leva-nos para que possamos aprender o que é o letal, fatal, casual, ocasional, natural, eventual, ou simplesmente normal. E o que é anormal? A morte é igual para todos; para quem faz dieta, para quem tem uma vida sedentária, para quem tem dinheiro, para quem é pobre, para quem está muito doente, ou quem nunca ficou enfermo, para quem tem sentimentos, mas também para quem é bom. A morte leva até quem mal chegou, ou quem ainda não saiu do ventre, ou quem ainda era só “planos”. Não vale a pena querer reclamar, todos terão suas chances. Lembremos que, para cada novo milionésimo de segundos, você pode escolher o que quiser menos querer não morrer. Ou alguém pensa que o preço da vida custa tão barato?! A vida é como um emprego bem estabilizado, com direito a férias enquanto estamos sobrevivendo, mas todos terão por obrigação a aposentadoria; morrer para que outros ocupem os espaços. Não sejamos egoístas, em insistir para não ir. A maior de todas as empregabilidades. Se eu morrer antes, não quero que ninguém me endeuse, ou diga que Deus foi injusto, mas também não quero ser estatística, não quero ser tratado como mais um senhor xis de uma fração matemática.
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