Tenho lido notícias, conversado com pessoas, sobre os mesmos problemas graves de Guarujá e as atuações políticas da atual administração, que mais parece carro enguiçado. Sou “deveras e talqualsmente solidaricista, com os declaramentos opinativos diante do quasinadismo”. Diria o Odorico Paraguaçu, personagem do saudoso escritor Dias Gomes. Se as eleições fossem hoje, teríamos grandes surpresas, em tudo. De cada 10 pessoas, pelo menos 07 mudariam radicalmente de opinião. Não adianta tentar querer reverter o mal entendido com pequenas maquiagens, porque não tem mais jeito, o povo já decidiu, pelo menos até aqui. Não dá para acreditar em mentiras. Guarujá é assim, quando a gente pensa que algo vai mudar, acaba piorando mais. “Guarujá tá parecendo casa de mãe Joana, muita gente mandando, e nada sendo feito”. “Êta confusão, que está essa cidade”! “Estamos no meio do nada”. “Quem, eu”? “Falou comigo”? “De que lado eu estou”? “Não é bem assim, eu só estava dando um tempo, mas vamos trabalhar”. “O povo sabe esperar”. “Quando”? “Nem tudo está perdido”... Ouvi estas indignações na fila do banco. Diante das fecolundações, audosas, damistudicamente falando na atual performance conjuntural política, devo confessar que as coisas em nossa Pérola do Atlântico “vão do nada a coisa alguma”. Remeti-me na saudade da praia limpa, hoje contaminada. Fiz análises quanto à segurança, que nunca tivemos, das boas administrações, que sempre sonhamos, das boas ações políticas, que sempre inexistiram, de gente que amou a cidade, hoje é só lembrança, de tanto dinheiro gasto com obras públicas, jamais concluídas, de tanta gente que enriqueceu custeada pelo povo, nada fizeram, de tantas promessas feitas, nada mudou, de tantas palavras bonitas, que o vento soprou e tantas outras humilhações, que até aqui o povo suportou... De repente mais um dia, mais uma tarde, aí vem à noite, bem lentamente desaparece... Em algumas horas, vai dando lugar a mais um dia que chega, trazendo mais problemas. Nossas esperanças se renovam quando avistamos os primeiros focos de luz, como na descoberta de uma mina de ouro, num amarelo que dá ênfase as nossas íris. Sonhamos os momentos bons, nos remetemos ao dia em que nascemos; nossos primeiros passos, e agradecimento por mais um tempo de vida na terra. É tempo de pensarmos o quanto ainda somos capazes. Deixemos de lado nossas arrogâncias contra o próximo, nosso jeito, às vezes, individualista, mesquinho, insensível que poderão até nos trazer enfermidades crônicas. Não pensemos em mais nada a não ser nas alegrias que ainda poderemos cultivar, nas novas amizades que ainda haveremos de colher, em quantas boas conquistas ainda hão de brotar, trazendo-nos plenitude, êxitos, justificando a nossa missão de ser humano. Não vamos ficar por horas e horas esperando o aquecer das válvulas de um aparelho radiofônico para sabermos sobre dicas de culinária, horóscopos, novas tendências da moda, das enfadonhas fofocas, de tantas outras informações, mas, sobretudo das notícias, que não devam ser tão assustadoras como as que somos obrigados aos dias de hoje. Afinal, em qual século nós estamos? Não mude de cidade, lute por ela, mas ao lado de quem não reinventa desculpas! “Porque se não, a gente acaba perdendo o que Deus já nos deixou”.
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