Quando saímos da costumeira, procuramos outros meios, mergulhamos de cabeça n’outros hábitos, que também viram costumes, diferente de cozinhar, considerada a melhor de todas as variáveis formas de viver sem rotinas. Cozinhar um alimento é como cuidar de um filho recém chegado ao mundo, requer habilidades para que dê tudo certo; primeiros carinhos, cores, amores e acima de tudo higiene. Algo sagradamente maravilhoso que se exporá com muita pompa, para que alguém muito sensível saiba apreciá-lo. A terapia da culinária faz-nos inspiradores quando estamos preparando algo, usando e se usufruindo de sabores, viajamos por muitos lugares. Faz-nos inspiradores envolvidos entre folhas, temperos, cereais, legumes e que cada dia, admiramos as formas que a natureza oferece-nos. O ato de cozinhar faz qualquer alma e m depressão, esquecer seus problemas, pois, dos aromas podem sair grandes obras e soluções. Eu penso só, todos os dias, acompanhado de mim mesmo, quando estou cozinhando, muito embora, me omita em dizer sobre meus segredos e preparos. Relembro o que falam as mãos, o que ouvem as palavras, o que respondem os olhos, para que estes decifrem o que todos pensam sobre o que estamos vendo, mas não queremos acreditar, quando diante de tantos cardápios. Eu penso só, quando estou entre aromas, acompanhado dos meus problemas, mas preocupado com a fome e miséria coletiva. São horas e horas se deliciando, imaginando cada segredo de cada componente: O alho aromatizante curador de feridas, antimaléficos, necessário não é excrescente e nem bugalho, realça. A cebola desinfetante, deprecia mágoas, mas chora branquinha, ou fica roxa, quando lhe tiram a pele, um toque feminino. O tomate coagulante, quando verde é comunista ecológico e menstrua vermelho com tempo de vida, dá v ida ao preparo. O pimentão, tão grandão desenferrujante, removedor de indesejáveis banhas, não apimenta e nem esquenta a relação, mas parceiro na síntese e decoração. O coentro verde anafrodisíaco, respeitoso na castidade, ansioso por não ter devoção, apetitoso não dança salsa. A salsa desodorizante, concorrente do coentro, mas afrodisíaca e ao mesmo tempo, terrivelmente favorável ao aborto. Aviso: Não cozinhar sem saber o que vai comer, ou deixar de comer algo que alguém lhe diga para jamais experimentar. Não confundir hábitos e costumes com paladar.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Yes Sir, Mister Brazil
A grande mídia fala do casamento real, como se o mundo fosse mudar com isso. Tudo bem, eles tem um rei, uma rainha, príncipes e algumas princesas, mas nada comparado ao universo Brazuka tupiniquim, que nós o chamamos de Brasil, nome influenciado por alguns exploradores estrangeiros, onde tem rei e rainha pra tudo. É verdade que o nome, não seja criação de nenhum brasileiro, ou nenhum índio daqui, mas também não sabemos de onde surgiram tantos índios. Dizem que provavelmente são descendentes de povos asiáticos, que milhares de anos antes cruzaram o estreito de Bering, no Alasca e aos poucos se espalharam para o sul do continente... Outra teoria, menos provável, é que seriam polinésios que cruzaram o Pacífico em pequenas jangadas... E a origem da coloração da pele? Devem ter se embriagado bastante com chá de pau-brasil. Bem, isso é outra historinha... Tudo bem, nós também já tivemos reis, rainhas, príncipes, princesas, condes, condessas, intendentes, regentes, escravos, escravocratas, torturadores, escravagistas, abolicionistas e demais influências estrangeiras, que por fim ganhamos independência e libertados por bravos portugueses que exploraram e levaram o nosso ouro e nossas riquezas. Isso não é piada. De lá até aqui, não tivemos uns problemas, temos vários agora. Tudo bem, eles tem uns reinadozinhos, nós temos e já tivemos diversos: Rei do futebol, da jovem e velha guarda, do pagode, do samba, da cachaça, rei da vela Oswaldiana, do riso, da bossa, da fossa, do brega, do rádio, reis do “iê iê iê” da dança, rei do xaxado, do baião, da cocada preta, da malandragem, momo e tantos Reinaldos e Reizinhos, mas todos sempre acompanhados de belas princesas. Tivemos, ou ainda temos também: Rainha dos caminhoneiros, dos baixinhos, do axé music, do rebolado, do rádio, da televisão, as rainhas dos pomares – mulheres frutas e verduras, rainhas das noites, rainhas dos lares eleitas por beócios, mas nem todas acompanhadas de belos príncipes. Tudo bem, nossa corte de talentosos por devoção divina, ou por imposição da santa mídia é única, exclusiva e sem substituto. Na outra conta do reinado brasileiro, constam os contrastes políticos, onde senhores dos palacetes de mandatários por cada Estado, fazem-nos de bobos da corte diante de suas manobras, falcatruas, maracutaias, mentiras e engodos. Tornam-nos súditos para que cegos, surdos e mudos, sobrevivamos eternamente condenados a plebeus.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Não estamos preparados
Os filhos de hoje, que serão pais amanhã, talvez não estejam preparados para criarem seus filhos por causa da velocidade do tempo, mesmo que estes sejam condicionados a isso. Foi-se o tempo em que a educação dos filhos era responsabilidade só da família e da escola. Haja vista, que o comportamento de alguns jovens tem mudado da água para o vinho a cada dia. Infelizmente o que acontece é que, tanto o jovem quanto nós adultos nos perdemos neste emaranhado de problemas relacionados à sobrevivência. Ter que sobreviver, lutar, correr atrás, cada um querendo seu cantinho, na maioria das vezes transforma-nos em máquinas humanas insensíveis. Talvez não tenhamos mais uma receita de como preparar o cidadão, a concorrência das informações dos meios de comunicação chega mais rápido. Não que isso seja um problema maior. Precisamos admitir que a velocidade com que acontecem as mudanças hoje, é visível, isso inclui alteração de valores. Saber o que é preparar adequadamente alguém é difícil ou impossível? Existe também um fator chamado de influência externa ao lar, que por vezes ajuda, é muito grande e forte, mas tem que ser bem pesquisado, para que ninguém seja sacrificado. Ser pai, mãe, avô, avó não coloca alguém em condições de educar alguém, se seu intelecto, sua percepção da realidade não estiver atualizada. Talvez não estejamos preparados para enfrentar as adversidades. Quando nos distraímos demais com os fatos, perdemos o foco da situação e quando menos se espera, estamos diante de obstáculos. Ou então concluímos que, os filhos de hoje, não estão preparados para serem pais. Os pais de hoje, não estão preparados para serem avós. Os avós de hoje, não estão preparados para a modernidade. A modernidade, não está preparada para lembrar do passado. O passado, não está preparado para reviver o presente. O presente, não está preparado para planejar o futuro. O futuro, não está preparado para receber o novo. O novo, não está preparado para ficar velho. O velho, não está preparado para a morte. A morte, não está preparada para falar em nome da vida. A vida, não está preparada para quem não sabe viver. O viver, de hoje não está preparado para a velocidade do tempo.
Vende-se uma cidade
Vende-se uma cidade em Guarujá, trata-se da mesma. Diz o anúncio: Grande promoção de bem público, mal administrado, sem projetos, entregue as moscas e com várias pequenas selvas de matagais em todos os bairros! Por qualquer valor, o comprador poderá arrematar essa cidade abandonada há várias décadas, por sucessivos governos locais. A venda acontecerá numa sexta-feira, 1º de abril, na sede da Prefeitura Municipal, porque não tem prefeitura Estadual e nem Federal, nas escadarias do paço, situada próximo de uma rodovia e um pronto socorro de nome PAM – PARA AGONIZAR E MORRER, por falta de estrutura. Para fechar o negócio, às claras, procurar alguns ex-prefeitos que ainda estão vivos, procurar ex mensalinhos, procurar câmara de vereadores ou a atual chefe do executivo filiada do PMDB, a partir das 11 horas da manhã. Serão aceitos cheques, dinheiro vivo, precatórios, nota promissórias e moedinhas de um centavo. É vetada a participação de lobistas e empreiteiras. O comprador da cidade deverá tirá-la da condição de terra sem lei e transformá-la em lugar habitável. Na oportunidade, a atual administração estará inaugurando um grande painel eletrônico em praça pública, com informações de receitas de incompetência, de como alcançar a maior rejeição e ter os maiores índices de impopularidade da história política da cidade. Do mesmo modo, a atual administração, seus poucos seguidores e alguns antecessores ainda vivos, vão distribuir para a população em geral, certificados de incompetência, de desamores com próximo, com a cidade e com quem paga impostos, tudo custeado com grana de seus própr ios bolsos. O evento ocorrerá num ato de muita tranqüilidade entre os organizadores, com direito a beijinhos, apertos de mãos, tapinhas nas costas e, claro, sorrisos amarelos. Os representantes dos imprávidos sociais estarão presentes também, junto com o povão, contribuindo com o evento e distribuindo vidros com “óleo de peroba”. As imagens da cidade de Guarujá podem ser encontradas em meio aos entulhos, aos buracos e aos matagais espalhados por todas as ruas. Caso não apareça comprador, esperaremos até 2012, período eleitoral, em que muita gente declara amor por nossa pérola tão sucateada, abandonada, hoje em meio a tantos buracos e matagais.
Traduzindo o BULLYING
Enquanto o Brasil não traduzir o BULLYING, os crimes continuam. O depoimento de um jovem, estudante de uma escola pública, pode explicar a necessidade da tradução e trocar a palavra Bullying por outra da nossa língua portuguesa: “Pessoal, eu morava em uma cidade do interior e mudei para a capital do meu estado, então tenho um sotaque bem diferente do pessoal daqui, e na minha escola, todos ficam brincando com isso, falando que eu não sei falar direito e etc”. “Não gosto nada dessa atitude”. “Gostaria de saber, se isso é considerado o tal Bullying”? “Outra coisa que aconteceu essa semana, fiz uma prova sobre uma matéria e tirei nota ruim, pedi ao professor pra não divulgá-la na frente da sala toda, ele virou pra mim e disse: Só porque você pediu, eu vou falar...” ''Sei que ele está errado, não tem esse direito por ser uma coisa bastante pessoal”. ”Depois disso, todos riram de mim, sai chorando da sala, começaram a colocar alguns apelidos em mim, pedi eles pra pararem e nada”. “O que eu faço? “Não agüento mais isso! “O QUE FAZER PARA COMBATER ISSO”? Outro depoimento: “Trocando em miúdos, BULLYING é aquela gozação que as pessoas fazem com seus próximos, os hipócritas sarristas criam verdadeiros infernos, terrorismos, ou podem ser também uma nova cria de bandidos”. “Quem vai à escola, só para tirar sarro dos outros, necessita de tratamento médico”. “O que importa se a pessoa é magra, gorda, feia, bonita, religiosa ou qualquer outra coisa”? ”Ninguém tem o direito de julgar ninguém, de maneira estúpida”? “Na verdade, o Bullying é uma inveja enrustida, mas também, um tipo de preconceito”. “Muita gente vítima do BULLYING adoece, fica depressiva, agressiva, pode caminhar para suicídios e o que também é extremamente preocupante, acarretar para homicídios”. Dependendo de quem o vê com inteligência, “o diferente” pode até nos trazer coisas boas. O contrário disso é burrice, pura ignorância. Mesmo que “o diferente” não seja algo que agrade, devemos como pessoa educada, deixar passar despercebido, sem precisar chamar a atenção dos outros. Dizem que nas escolas públicas as vítimas de Bullying crescem assustadoramente, sendo considerado hoje um dos principais motivos da evasão. A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: Quando o Estado tomará decisões práticas em função desse mal que assola crianças e adolescentes, impedindo-os de ter uma vida escolar tranqüila? A melhor maneira para acabar com agressões é denunciar. Eu ainda acho que temos a necessidade de traduzir esta palavra de origem inglesa, para a nossa língua mãe. Um país como o Brasil, ainda amarrotado de pessoas sem instrução, graças ao Estado omisso e aos mandatários que só sabem pedir votos, precisa traduzir a maldade para que todos entendam suas graves conseqüências. Algumas sugestões: Malinar, o mesmo que malignar, apoquentar. Bulir, o mesmo que causar incômodo ou inquietação. Relar ou ralar, o mesmo que apoquentar; importunar. Azucrinar, o mesmo que importunar, molestar, maçar. Arremedar, o mesmo que imitar toscamente os gestos de outrem, ou ridicularizar imitando. Azuar ou abusar, o mesmo que perturbar, encher o saco. Arenguizar, o mesmo que procurar confusão. Arreliar, o mesmo que fazer pouco caso. Maldar, o mesmo que agir ou concluir com malícia. Malestrar, o mesmo que se marginalizar. Enfim, quem se presta a ser hipócrita tirador de sarro, pode se considerar um malestroso. Afinal de contas, nosso país é como diz na canção cantada por Milton Nascimento: “... a novidade é que o Brasil não é só litoral, é muito mais, é muito mais que qualquer zona sul, tem gente boa espalhada por esse Brasil, que vai fazer desse lugar um bom país.”
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