quinta-feira, 20 de outubro de 2011

QUERER E NÃO PODER‏

Tem dias que alguém acorda com vontade de beber o próprio cérebro, não quer amar mais ninguém, quer esquecer-se das palavras, quer ser cego, surdo, mudo e quer aderir aos medos. Quer ter medos de tudo o que a vida oferece, quer simplesmente fugir a verdade da luta. Quer temer o futuro, não quer mais saber das certezas, quer acreditar que o novo dia é sempre o momento que o martiriza, com ou sem a saudade. Tem dias que alguém deseja beber o próprio cérebro, não quer viver mais, achando-se sem importância. Quer sair da claridade da luz, desde o início do infinito do túnel do tempo, simplesmente quer fugir da visão do conhecimento do pouco que sabe. Tem dias que alguém decide querer beber o próprio cérebro, quer ter a certeza de que tudo está perdido, quer desligar-se da mente , quer sair do corpo como se fosse tão somente uma máscara, quer fugir da própria carne, quer acoitar-se em cada canto da loucura, quer conduzir a fraqueza da alma para o fim da vida, quer desligar-se da mente e ocultar toda a forma de pensar. Quer beber o próprio cérebro, quer renunciar ir aos céus, ao inferno, quer sair da verdade, quer mentir a própria presença, simplesmente quer fugir da íntima idéia, quer fazer a própria viagem para o sobrenatural do submundo perdido. Quer beber a cabeça, não quer mais ser gente, porque a gente, às vezes, não sabe o que realmente quer.

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