O século futuro estará caduco, talvez não existirá eu, você, nós, outra vida ou qualquer história em livros. Talvez, não haverá sentimentos, políticos, somente verdades vazias de que a terra um dia existiu. Talvez, não haverá ossos humanos que será coisa do passado, haverá fios, cabos, materiais compostos de sintéticos, com odores de faíscas de raios. Cérebros estarão talvez, descontrolados, cabeças sem movimentos, futuros destroçados, macabros, marcados pela destruição dos deuses. Guerrilhas urbanas, ricos, pobres, serviçais da robótica, sem mais chão de terra, azul do mar, nem céu. Água, plantas, sementes, ervas, florais, animais mortos, nem seco, nem chuvoso, nem frio, nem calor, quem sabe talvez, vaga lembrança. Previsões imprevistas talvez, tudo o que sobrará da consciência de seres sub-estimadores da fé, da razão da existência. Todos os séculos estarão caducos no tempo talvez, vagando em meio à desordem social, chips magnéticos, mercantilistas voadores. Morcegos sem pele, asas cortadas, amores desconhecidos, alegrias perdidas, crianças exterminadas talvez, condenadas a não procriarem. Não haverá talvez, mais planeta, não haverá palavras talvez, assim não haverá contos, e mais nada que se possa dizer, não haverá nem restos. Talvez, ainda haja alguns minutos para refletirmos sobre o que será tragédia, sentimentalismo, vida, ou ainda humanismo, solidariedade, antes que talvez, sejam estes os acontecimentos, que nos calarão de vez talvez, sem reticências...
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