Somos testemunhas de um crime quando negamos comida ao que tem fome, quando jogamos fora, a água que deveria saciar a sede, salvar a vida do que se precisa. Somos testemunhas de um crime quando nos omitimos dizer, escrever, defender o que pensamos, sobre o que pode ou o que não pode ser de coisas maledicentes. Somos testemunhas de um crime quando negamos, sonegamos a existência irresponsável do que jamais dará valor à existência, o valor de tudo o que se move. Somos testemunhas de um crime quando patrocinamos a inveja, ganância, soberba, inimizade, doença e tentamos ser mais poderosos do que o destino natural das coisas. Somos testemunhas de um crime quando usamos o mau humor para resolver os problemas com atitudes grotescas, escondemos a alegria, quando destruímos o sonho de uma criança em desenvolvimento. Somos testemunhas de um crime quando temos medos, nos fazemos pessimistas perseguidos, deixamos os fantasmas que nos rondam, conduzirem-nos como se fôssemos andróides. Somos testemunhas de um crime quando nos desvalorizamos por causa de uma porta ou outra que se fecha, quando pensamos estar tudo acabado em razão de uns simples ou graves problemas. Somos testemunhas de um crime quando perdemos a paciência, a personalidade diante de fatos que julgamos precipitadamente sem ao menos nos aprofundarmos sobre o que realmente deverão ser. Somos testemunhas de um crime quando deixamos de perceber o quão inimigos são os que nos rodeiam disfarçados de bons samaritanos, que, na primeira oportunidade nos apunhalam traiçoeiramente e ainda sorridentes. Somos testemunhas de um crime quando nos curvamos por linhas tortuosas, desprezamos os mandos de nossa certeira consciência, que tenta convencer-nos contrário e nós nos fazemos de surdos. Somos testemunhas de um crime quando nos tornamos fracos, inoperantes, desistentes, vazios, solitários e nos enganamos imaginando Deus como parceiro dos covardes impunes, que pregam a bondade como a ciência dos tolos.
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