sábado, 18 de setembro de 2010

Sem mídia, sem ibope


Mídia de todos os modos, talvez seja desdenhosamente, o que possamos alegar como algo sombrio que influencia política e culturalmente a sociedade tanto em nível nacional quanto regional, extremamente necessária, mas que deveria ser expansiva a todos, sem distinção de posição social. Exemplo de mídia burguesa é quando esta dá total espaço para alguém famoso, muito rico acostumado a andar de helicóptero, carro blindado com seguranças, devido a um simples reloginho caro, assaltado em algum semáforo. O pior de tudo é que gente da plebe aplaude como se esta também tivesse o mesmo espaço. Não que sejamos favoráveis a insegurança. Muita gente pobre "se emociona" com a morte de uma figura da socialite, mas para as pessoas que perdem seus parentes em desabamentos demonstra certa frieza. A mídia trata a morte dos pobres com uma grande frieza cotidiana e a morte dos ricos como o verdadeiro drama da sociedade brasileira. Todo o mundo conhece as frases: “Destaque de pobre em jornal, somente na página policial.” “Pobre só é lembrado com carinho, somente em horário eleitoral transmitido por rádio e televisão.” A mídia, assim como a cultura de um modo geral, é algo que somente os ricos podem desfrutar, tem livre acesso. O que resta é assistir apenas aos noticiários, novelas repetitivas e programas que desrespeitam a pobreza com piadas criminosas da TV aberta. É claro que, sem a mídia seríamos apenas "andróides descontrolados". Deixemos claro que isso não é nenhuma crítica contra os meios de comunicação. Tem até mídia que sobrevive em função do ibope da outra. Não esqueçamos que vida de artista dá mais ibope do que a tragédia do salário mínimo. É nessa hora que muita gente deixa de lado a tal de crise, o aumento de preços, os rolos políticos e outros absurdos. Mas mesmo diante das desigualdades política e cultural incuravelmente enraizada, a mídia é e sempre será o nosso mapa de idas e vindas, onde quer que estejamos.

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